Copasa dá explicações sobre obras em Mutum
Durante a audiência pública realizada pela Câmara Municipal os representantes da Companhia de Saneamento se comprometeram com a melhoria na qualidade do serviço e admitiram falhas
Publicado em 10/04/2024 16:27
A audiência pública realizada pela Câmara Municipal de Mutum para tratar sobre as obras de esgotamento sanitário realizadas em Mutum contou com a participação de representantes da Copasa e do prefeito municipal Claudinei Clemente de Freitas.
O representante da Copasa, Fabricio Fidelis Resende, gerente da Unidade de Serviço de Expansão Leste, Usel, admitiu atrasos e que em Mutum existem problemas junto à empesa contratada. Segundo ele, a execução da obra é de responsabilidade de um consórcio formado por 4 empresas tendo a Conata Engenharia à frente do contrato, mas a fiscalização é da Copasa.
Em sua fala ele explicou ainda que a obra em Mutum é difícil devido às características do solo e ao tipo de calçamento que é todo de recomposição manual. De acordo com Fabrício Fidelis na parte mais antiga da cidade existe um sistema de coleta de esgoto, mas que este é compartilhado com a rede pluvial. Por isso, serão construídos 12 quilômetros de redes coletoras para separar a água da chuva do esgoto doméstico.
O prefeito de Mutum, Claudinei Clemente de Freitas em suas alegações iniciais ponderou que são feitas reuniões semanais entre o representante da prefeitura, o engenheiro da empresa contratada e a Copasa para falar sobre o andamento da obra em Mutum e que recentemente foi contratado um engenheiro civil exclusivo par acompanhar o trabalho realizado.
Ainda de acordo com o prefeito foi traçado um cronograma e listadas ruas e áreas específicas para que as obras de esgotamento sanitário sejam concluídas já que existe um planejamento para que o asfaltamento das principais ruas de Mutum comece antes do mês de junho.
A presidente da CDL de Mutum Camylle Mirelle Pinto Saib Abi Habib questionou o representante da Copasa sobre a finalização das ruas que ficaram irregulares e sobre quem fará o nivelamento do calçamento. Em sua resposta o representante da Copasa disse essa é uma responsabilidade do Consórcio de empresas e que toda recomposição irregular será corrigida antes do fim da obra e que existe uma garantia civil de 5 anos após a conclusão para qualquer problema que porventura venha a ocorrer.
O questionamento da vereadora Malvina Quintão de Oliveira (PT) foi direcionado ao prefeito Claudinei Clemente de Freitas. Ela perguntou se não seria mais viável aguardar a finalização das obras de saneamento para depois realizar o asfaltamento. O prefeito afirmou que sim e que por isso a cobertura asfáltica das ruas ainda não foi iniciada desde o ano passado.
O vereador Ronivaldo José de Assis (Avante) quis saber dos representantes da Copasa como é feita a fiscalização dos serviços. Fabrício Fidelis explicou que existem 4 pessoas morando em mutum para fiscalizar a contratada: um engenheiro, um técnico e dois fiscais de vala. Segundo ele, atualmente não há abertura de novas valas somente recomposição e correção de serviços já executados.
A Loja Maçônica Professor Odilon Sabino do Carmo perguntou sobre as tubulações usadas nas obras já que todas as ruas que passaram por intervenções apresentaram problemas. De acordo com o representante da Copasa os tubos utilizados em Mutum são os mesmos usados em todo país para construção de redes de esgotamento sanitário. Ele destacou ainda que a fabricação destes equipamentos é inspecionada pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais. Ainda segundo Fidelis, o problema de abatimento das ruas não tem relação com o tipo de tubulação utilizada e sim com a compactação realizada e admitiu que terão que voltar em algumas ruas para fazer este trabalho de ligação.
A representante da pastoral social da região São Paulo Marília Cândida quis saber do prefeito Claudinei Clemente de Freitas quais medidas efetivas estão sendo tomadas para minimizar os transtornos causados pelas obras. Em resposta, o prefeito disse que uma delas é a não abertura de novas valas até a conclusão de todos os trechos iniciados e a contratação de um engenheiro exclusivo para fiscalização.
O vereador Eliezer Vieira Machado Filho (Avante) questionou o representante da Copasa sobre a forma como a obra vem sendo executada. A dúvida do parlamentar é por que não é feita a canalização da rede junto com a ligação dos imóveis. Segundo Fabricio Fidelis atualmente isso está sendo feito, mas admitiu uma falha no planejamento no início da execução das obras. O parlamentar quis saber também sobre a responsabilidade sobre a administração das obras. O representante da Copasa informou que existe uma parceria com o município, mas o contrato e a administração da obra são obrigações da Copasa.
O questionamento do vereador Júlio César Augusto (PT) foi sobre o ordenamento do trânsito nas regiões onde estão sendo realizadas as intervenções. De acordo com as explicações do representante da Copasa esta é uma obrigação da empreiteira responsável pelas obras. Explicou que o planejamento é feito em parceria com a secretaria de trânsito, mas a responsabilidade de sinalizar é do consórcio.
Já o vereador Reinaldo Luiz da Silva questionou se haverá aumento nos custos dos serviços prestados pela Copasa após o término da obra. Fabrício Fidelis argumentou que para aqueles clientes que já pagam pelos serviços de água e esgoto não. Porém aqueles que pagam somente pela água sim já que haverá a interligação na rede de esgoto da Copasa.
A Loja maçônica União 17 de maio perguntou sobre o planejamento da obra. O representante da Copasa disse que a construção do sistema de esgotamento sanitário de Mutum foi prevista para durar 2 anos, prazo considerado longo justamente pela característica do calçamento. Ainda de acordo com Fabrício Fidelis no primeiro ano foram construídas as redes coletoras e que neste segundo ano a previsão é a conclusão destas redes que já estão de 60 a 70 porcento construídas e também a construção da Estação de Tratamento de Esgoto e das Estações elevatórias.
Pelo chat do Youtube o internauta Wagner Franco alega que já existe o pagamento da taxa de esgoto e pergunta se poderá haver reembolso deste valor pois não existe o tratamento. Fabrício Fidelis disse que em Mutum a adesão às redes coletoras de esgoto é de cerca de 60% e se existe alguma ligação errada, o morador deve pedir uma confirmação de lançamento de esgoto junto à Companhia de Saneamento.
O vereador Dary Piloto Coelho (PV) perguntou por que muitas ruas ainda não tiveram o calçamento recolocado. Fabrício Fidelis admitiu que no início dos trabalhos o consórcio abriu mais ruas do que a capacidade que tinham de recompor as vias. De acordo com ele existe ainda dificuldade para contratação de mão de obra. Por isso, em 23 de fevereiro decidiram parar a abertura de valas e estão, desde então, trabalhando somente na recomposição das ruas.
O representando da OAB-MG Giovani Baraviera questionou se a obra de esgotamento sanitário irá contemplar também os distritos. Fabrício Fidelis explicou que a Copasa não possui o contrato de concessão do esgotamento sanitário nos distritos, somente da captação e tratamento de água.
O vereador Juarez Calixto da Silva (PV) perguntou sobre de quem é a responsabilidade da ligação do esgoto das residências até o ramal. O representante da Copasa disse que a parte interna é uma atribuição do proprietário do imóvel que deve fazer a ligação até o ramal instalado na porta de cada residência.
Presente à audiência, a secretária municipal de Cultura Sandra Satler usou o momento de perguntas do público para questionar a Copasa sobre qual será o compromisso assumido para que a obra flua de forma mais harmônica. Fabricio Fidelis reiterou que neste momento não há abertura de novas redes, somente recomposição e retrabalho. Ele explicou que assim que este passivo for concluído haverá um planejamento junto à prefeitura para definição de quais ruas deverão ser trabalhadas, estabelecimento de prazos para conclusão e entrega da rua varrida e lavada para a população.
Outro questionamento feito pelo público presente foi do secretário de administração Eduardo Fonseca. Ele perguntou sobre a existência de um canal direto para reclamação. Fabrício Fidelis disse que pode ser feito pelo telefone 115, o site da Copasa e o Whats App da empresa.
Em suas considerações finais o representante da Copasa Fabrício Fidelis admitiu mais uma vez atrasos nas obras, disse que a previsão é de que a Estação de tratamento de esgoto seja construída até o fim de 2024 e a entrega do empreendimento está prevista para março de 2025. Ele reiterou ainda um maior compromisso com a fiscalização do trabalho realizado em Mutum e o cumprimento dos prazos e acordos firmados com a prefeitura.
Para encerrar o presidente da Câmara, vereador Juarez Calixto da Silva (PV), agradeceu a todos os presentes e ressaltou o compromisso do legislativo mutuense com a população ao realizar esta audiência pública.
por Câmara Municipal de Mutum - MG